Art
feature: brazilian artists use graffiti to bridge african roots and feminism – in english and portuguese
Stefany “Fany” Lima is a graffiti artist born and raised in Embu das Artes, a municipality of Sao Paulo known for its artistic community. She originally began working with graffiti as an event photographer in 2011. Within two years she began to develop her own work, constructing a unique style that blends her Afro-Brazilian ancestry with Black Feminism.
Stefany Lima, Fany, como assina em seus trabalhos, é paulista de Embu das Artes, atualmente mora em Recife. Seu primeiro contato com o grafite ocorreu em 2011, fotografando os eventos do gênero. Em 2013 começou a desenvolver sua arte, construindo um estilo singular que mescla ancestralidade com representações afro-feministas.
By *Davi Nunes, translated by Tiffany Ward, AFROPUNK contributors
Stefany Lima
“Graffiti, for me, is a rebellion, but it is also a kind of freedom – a release. Graffiti never needed institutional authority to exist; because it’s an art of the streets. It changed men and women from broken brothers and sisters of the ghetto to artists and creators for the streets. It transformed their reality.”
“O graffiti é transgressão, é um respiro. Nunca precisou de permissão ou aprovação para existir como expressão artística, nem para intervir nos espaços públicos. Ele devolveu a muitos manos e minas da quebrada a real perspectiva da rua, sabendo entrar e sair de qualquer lugar ou situação, sendo sujeitos autônomos e potenciais criadores, transformadores da realidade.
“The fact is – the black woman is not recognized in the same way for our cultural production, intellectual and artistic. People still want to keep us hidden in servitude.”
“O fato é que a mulher negra não é reconhecida da mesma forma por sua produção cultural, intelectual e artística. Ainda querem nos reservar um papel coadjuvante, de servidão e esquecimento.”
“The understanding of my black ancestry is primarily what brings me patience, inspiration, strength and intuition. Alongside, knowing that the creative process is changeable and continuous. My ancestry influences everything, figurative or abstract, elements, textures, shapes, colors and compositions.”
“O reconhecimento da minha ancestralidade negra é, primeiramente, o que me traz paciência, inspiração, força e intuição. O saber que o processo criativo é mutável e contínuo. Por fim, tudo se converte em referências, figurativas ou abstratas, elementos, texturas, formas, cores e composições.”
Ananda Santana
Ananda Santana is a graffiti artist and painter based in Salvador, Bahia. She began painting as a child and came into contact with graffiti when she attended a feminist graffiti training in Salvador. It was through this course that she began to use graffiti to portray the ancestry and beauty of black women.
Ananda Santana é Baiana, nascida em Salvador, apesar de pintar desde criança seu contato real com o graffiti ocorreu quando participou de um grupo de formação com feminismo e graffiti, onde entendeu o significado dessa arte e começou a usá-la para representar a ancestralidade e beleza das mulheres negras.
“In my graffiti, I love to focus and highlight the African features of black women of all ages and styles.”
“Nos meus graffitis gosto muito de trazer traços de mulheres africanas, mulheres de todas as idades e costumes, mas sempre reforço e traço minhas mulheres negras em evidência e espero, quero evidenciar e crescer ainda mais com esta proposta!”
“The main challenges, I see, are the prejudice, sexism and racism we face. As black graffiti artists we are frequently replaced by white graffiti artists. And as black women we have to work twice as hard to get recognition. And I don’t mean the stroke! I’m talking about maintaining to showcase our work with quality, dignity and a head held high. This is one of the greatest challenges.”
“Os principais desafios, vejo como a invisibilidade que nós acompanha, tudo por questão de preconceito, machismo e racismo, por mais que façamos graffiti, que sejamos artistas é bem mais provável, na maioria dos casos que sejamos substituídas por graffiteiras brancas, por estas e outras que nós mulheres negras, graffiteiras temos que trabalhar dobrado para conseguir reconhecimento, não me refiro a traço, me refiro a mostrar seu trabalho mesmo, com qualidade, dignidade e muita cabeça erguida! Vejo como um dos maiores desafios.”
I see my work as having a strong effect, not just because of the colors and strokes but because of the representation. I see young girls seeing themselves in the women I paint. To me this is the most important part; it is my form of protest – being a black woman painting and producing art. My hope is that black women will love themselves a bit more because they are seeing themselves represented!”
“Vejo que meus trabalhos causam repercussões muito boas, não só pelas cores, pelos traços, mais sim por sua representatividade, consigo perceber ao pintar que muitas mulheres, meninas se reconhecem neles, são desenhos de mulheres negras e considero esta pauta de extrema importância, és a minha forma de militância de mostrar que existe sim mulher preta pintando e que produz arte para representar e fazer com que suas receptoras se vejam e gostem disso, do desenho e do que são, é isso!”
*This post was originally seen on coresbrilhantes.com.
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